O último apelo de Stefano Rodotà

“Para onde um homem deve dirigir o seu pensamento para não ser considerado louco?”, eis o problema colocado pelo doutor Gomperz, personagem de Jerusalém, intrigante romance do ainda mais intrigante Gonçalo M. Tavares

A imaginação no banco dos réus: do direito à ficção às ficções do Direito

A ficção nos permite imaginar muito além da vida cotidiana e expande o mundo à nossa volta. Ela nos alça a patamares impossíveis e torna possível a busca por aquilo que ainda não conhecemos. Criar é, portanto, imaginar além dos limites; é um escalar de muros e montanhas que tentam demarcar as fronteiras da existência. Sem imaginação, não há humanidade possível.

Direito e literatura: a ficção entre a pena e a espada

Dialogar com o Direito é tarefa árdua para qualquer área. É um campo sisudo, fechado, ensimesmado e que muitas vezes sustenta ares de autossuficiência. Resiste a mudanças como um grande carvalho se mantém imponente às intempéries do tempo. Não que isso seja inteiramente ruim, mas certa disposição para ouvir e entender as vicissitudes da realidade e as necessidades que tais mudanças desencadeiam seria desejável, para não dizer ideal. Embora tal tarefa diplomática seja difícil, houve quem se dispôs e ainda se dispõe a puxar conversa.

Os advogados ainda podem salvar o mundo?

Nestes tempos de embates ideológicos e políticos mais acirrados do que o tradicional Fla-Flu dos gramados, não são poucos os que beiram o desespero, levantam as mãos para os céus e indagam: e agora, quem poderá nos salvar? Existirá figura ou ferramenta capaz de dissipar a névoa de medo e incerteza que envolve o mundo que tanta gente anda a chamar de pós-moderno? É difícil arriscar um palpite certeiro, pelo menos no momento.